Resumo Objetivo Determinar a prevalência de intervalo inadequado de nascimento e seus fatores associados no estudo BRISA. Métodos Estudo transversal com dados da coorte BRISA. O intervalo de nascimento foi categorizado em “adequado” (≥ 2 anos ou < 5 anos entre os nascimentos), “intervalo curto” (< 2 anos) e “intervalo longo” (≥ 5 anos). A análise dos fatores associados aos intervalos de nascimento curtos e longos utilizou regressão logística multinomial. Resultados A prevalência de intervalos adequados de nascimento foi de 48,3%, longa de 34,6% e curta de 17,1%. A cor da pele, idade, escolaridade, status econômico, tipo de parto, número de consultas pré-natais, paridade, pressão arterial, diabetes e anemia (valor-p < 0,2 na análise univariada) prosseguiram para o modelo final. A variável ≥ 3 nascimentos (odds ratio [OR] = 1,29; intervalo de confiança [IC]: 1,01–1,65) esteve associada a intervalos curtos. Idade < 20 anos (OR = 0.48; CI: 0.02–0.12) ou ≥ 35 anos (OR = 2.43; CI: 1.82–3.25), ≥ 6 consultas pré-natais (OR = 0.58; CI: 0.47–0.72), ≥ 3 nascimentos (OR = 0.59; CI: 0.49–0.73), e diabetes gestacional (OR = 0.38; CI: 0.20–0.75) foram associados a longos intervalos. Conclusão As mães mais velhas apresentaram maior probabilidade de ter longos intervalos de nascimento, e uma paridade maior aumenta as chances de intervalos curtos de nascimento. Além disso, o diabetes gestacional e o pré-natal adequado apresentaram maiores chances de ter um intervalo adequado ao nascimento, indicando que a assistência à saúde durante a gravidez é importante para incentivar um intervalo adequado entre as gestações.
Abstract Objective To determine the prevalence of inadequate birth interval and its associated factors in the BRISA study. Methods Cross-sectional study using data from the BRISA cohort. Birth interval was categorized into “adequate” (≥ 2 years or < 5 years between births), “short interval” (< 2 years) and “long interval” (≥ 5 years). The analysis of the factors associated with short and long birth intervals used multinomial logistic regression. Results The prevalence of adequate birth intervals was 48.3%, of long intervals, 34.6%, and of short intervals, 17.1%. Skin color, age, education level, economic status, type of delivery, number of prenatal visits, parity, blood pressure, diabetes, and anemia (p-value was < 0.2 in the univariate analysis) proceeded to the final model. The variable ≥ 3 births (odds ratio [OR] = 1.29; confidence interval [CI]: 1.01–1.65) was associated with short intervals. Age < 20 years old (OR = 0.48; CI: 0.02–0.12) or ≥ 35 years old (OR = 2.43; CI: 1.82–3.25), ≥ 6 prenatal visits (OR = 0.58; CI: 0.47–0.72), ≥ 3 births (OR = 0.59; CI: 0.49–0.73), and gestational diabetes (OR = 0.38; CI: 0.20–0.75) were associated with long intervals. Conclusion Older mothers were more likely to have long birth intervals, and higher parity increases the chances of short birth intervals. Furthermore, gestational diabetes and adequate prenatal care presented higher chances of having adequate birth intervals, indicating that health assistance during pregnancy is important to encourage an adequate interval between gestations.